Mestre e doutora, professora da Rede Municipal se destaca, além das aulas, com livros e prêmios

Publicado em 22/09/2020 - 16:27 | Atualizado em 24/09/2020 - 12:19
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Professora coleciona livros, prêmios e títulos acadêmicos na área de Ciências. Foto: Divulgação

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Educação, destaca o trabalho de grandes professores que realizam ações relevantes no campo dos estudos que ultrapassam os limites da sala de aula. Com 17 anos de Rede Municipal de Ensino, a professora Lucineia Alves é um destes exemplos. Inovadora, ela coleciona livros, prêmios e títulos acadêmicos na área de Ciências, disciplina que abraçou para passar conhecimento aos estudantes. Durante a pandemia, a mestre e doutora transmite o conteúdo pedagógico para os alunos do município pela plataforma SME CARIOCA 2020. Ao mesmo tempo, incrementa a carreira com novas ações. Em seu trabalho mais recente, fez parte do projeto “Meninas na Escola, Mulheres na Ciência – Ferramentas para Professores da Educação Básica”, uma parceria do Conselho Britânico com o Museu do Amanhã, que depois virou um livro.

– Precisamos sempre ressaltar a importância do papel da mulher na ciência. Agora mesmo, tivemos uma mulher brasileira (a cientista Jaqueline Goes) que conseguiu mapear o genoma do novo coronavírus em 48 horas. Na Fiocruz temos outros bons exemplos da presença feminina à frente de pesquisas científicas. Isso serve de motivação para nossas alunas – comemora Lucineia, que tem mestrado e doutorado em Biologia Celular e Molecular pela Fiocruz, e pós-doutorado em Neurociência pela UFRJ.

A suspensão das aulas devido à pandemia da Covid 19 não deixou a professora de Ciências parada. Além de elaborar atividades para os alunos fazerem em casa, por meio da ferramenta digital da Secretaria Municipal de Educação, ela já organizou o lançamento de dois livros esse ano: “Professores Inovadores 2” e “Teoria e Prática na Educação”.

 

Ela incentivou a doação de sangue entre pais de alunos e funcionários da escola. Foto: Divulgação

 

Verba de prêmio ajuda a equipar laboratório de escola

Lucineia sempre buscou uma forma diferente de passar conhecimento aos alunos. Há dois anos, quando ainda estava na Escola Municipal Juan Antonio Samaranch, em Santa Teresa, participou de um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e conseguiu um prêmio de R$ 22 mil para equipar o laboratório da escola. Foi assim que conseguiu comprar modelos anatômicos de espécies animais, além de outros equipamentos, como um esqueleto em tamanho natural, em que os estudantes podem tocar nos ossos e comparar com o seu próprio corpo.

– Existem vários alunos que dizem não gostar de ciência porque não tiveram atividades práticas. Quando você desperta esse interesse neles, muitos saem com os olhos brilhando da sala de aula. Esse retorno é gratificante para o professor.

Outro motivo de orgulho foi incentivar a doação de sangue entre pais de alunos e funcionários da escola.

– Os alunos não podiam doar, por não terem a idade mínima exigida. Mas certamente foram sensibilizados ao verem os pais fazerem a doação de sangue. Fomos até homenageados pelo Hemorio pela campanha que fizemos.

Quando entrou para a escola de Santa Teresa, em 2014, teve a ideia de fazer uma coletânea reunindo as experiências práticas inovadoras dos professores da unidade. Daí, surgiu o livro “Escola, Esporte e Cidadania”, lançado ano passado na Bienal.

No início desse ano, ela se transferiu para a Escola Municipal Orsina da Fonseca, na Tijuca. Antes da suspensão das aulas devido à pandemia da Covid 19, a professora de Ciência teve a ideia de levar um telescópio para a sala durante os estudos do sistema solar. Era uma manhã e não tinha como observar as estrelas. Resolveu, então, mirar o equipamento nas comunidades do entorno do Largo da Segunda-Feira.

– A experiência foi um sucesso porque todos queriam manipular o telescópio para localizar sua casa na comunidade. Fiquei muito feliz por despertar esse interesse nos alunos.

Por falar na pandemia do novo coronavírus, a professora lamenta por não estar em sala de aula para passar aos alunos as muitas lições que o combate à doença tem proporcionado.

– O combate à Covid é pura ciência, além de uma grande aprendizagem para os alunos. A busca de uma vacina, a identificação dos sintomas, quais medicamentos devem ser receitados, os equipamentos a serem usados. Tudo isso é um desafio enorme que certamente mexe com a cabeça de nossos futuros cientistas.

O trabalho da professora em busca de ampliar o conhecimento humano não para. Ela revela que já está na gráfica o livro “Professores Inovadores 3”, compartilhando iniciativas de sucesso de mestres na nobre missão de ensinar.

Conheça a trajetória de sucesso da professora de Ciências

– Ingressou na Rede Municipal de Ensino em 2003

– Tem especialização em Ensino de Ciências pela UERJ
– Tem mestrado e doutorado em Biologia Celular e Molecular pela Fiocruz
– Tem pós-doutorado em Neurociência pela UFRJ

Livros:
– Redes de educação à distância como instrumento de proteção da Amazônia (2013) – convidada pelo Ministério da Defesa
– Aluno – Atleta – Cidadão (2014)
– Escola, Violências e Educação Física (2018)
– “Professores Inovadores” (2018)
– “Escola, Esporte e Cidadania” (2019)
– “Meninas na Escola, Mulheres na Ciência – Ferramentas para Professores da Educação Básica” (2020)
– “Professores Inovadores 2” (2019)
– “Teoria e Prática na Educação” (2020)
– “Professores Inovadores 3” (a ser lançado)

Prêmios e homenagens:
– 14ª OBMEP (2018)
– Duas moções da Câmara de Vereadores de congratulações pelos serviços prestados (2018)
– Prêmio Light nas Escolas (2019)
– Homenagem do Hemorio pela campanha de doação voluntária de sangue na Escola Municipal J. Antonio Saramanch (2019)

  • 22 de setembro de 2020
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