Prefeitura do Rio apresenta vencedores do Prêmio Caique Botkay

Publicado em 15/07/2020 - 17:58 | Atualizado em 16/07/2020 - 13:42
O jornalista Saulo Pereira, de 29 anos, também contou sua experiência de criar contos no período de isolamento social. - Foto: Reprodução Youtube   

A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, promoveu o concurso literário Prêmio Caique Botkay, com o tema “A arte da Reinvenção”, onde mais de 100 autores enviaram contos sobre a sociedade neste período de pandemia. Tópicos como a nova rotina e relacionamentos serviram de inspiração para os dez vencedores criarem suas obras.

Os dez vencedores envolvem pessoas dos mais variados lugares do Rio de Janeiro, com idades, profissões e estilos de vida diferentes, porém com algo em comum: a sensibilidade de um novo olhar ao retratar, em um conto, mudanças neste período desafiador para a sociedade.

Uma das vencedoras foi Nice Neves, professora de 44 anos, moradora de São João de Meriti. Autora do conto “A Travessia”, sua inspiração veio em um dos primeiros dias após o isolamento social. “A ideia surgiu quando que eu precisei ir ao centro, usando uma máscara, em um dia de domingo. Aquele deserto na rua foi impactante. Resolvi colocar um pouco deste momento no meu texto”, comentou.

Destacando as relações neste período, o jornalista Saulo Pereira, de 29 anos, morador da Tijuca, escreveu o conto “Bonito”, que retrata a história de duas mulheres negras, de classes e nacionalidades diferentes. “São duas personagens principais, uma é empregada doméstica que mora no Morro Dona Marta, e a outra, uma socióloga americana que veio passar um tempo na casa dela. Durante o diálogo, surge entre elas uma série de conflitos que narram um determinado desfecho. Minha intenção é promover a seguinte reflexão: nós temos muito mais em comum do que imaginamos. Neste período de pandemia isso ficou em evidência”, pontuou.

Em formato de poesia, Elaine Mascarenhas, 43 anos, moradora de Botafogo, e Coordenadora Regional de Educação, escreveu o conto “A Arte da Reinvenção”, pois acredita que este estilo de escrita possui um poder terapêutico.“Procurei fazer um texto forte e intenso de poesia e afeto.Vejo que a quarentena, de certa forma, também aproximou as pessoas de uma maneira diferente. Isso é arte pura”, comentou.

Sobre os Vencedores

Os dez escritores vencedores terão os contos publicados em uma versão digital produzida editorialmente pela MultiRio, e participarão de entrevistas virtuais , via MultiRio, com as Secretarias de Cultura e Educação.

Além disso, também receberão livros doados por editoras associadas à LIBRE – Liga Brasileira de Editoras: Aletria Editora, Semente Editorial e Editora Vermelho Marinho.

Os contos vencedores foram: “Travessia”, “Post Scriptum”, “Desmatado”, “Um Herói Nacional”, “Bonito”, “Anunciação”, “Bastou Acender o Fogão”, “A Arte da Reinvenção”, “Nas Redes” e “Se Vira nos Sessenta”.

 

Sobre Caique Botkay

Caique Botkay foi um compositor, escritor, diretor teatral e instrumentista. Uma de suas maiores paixões, além da cultura, era a educação. Criou A Arte dos Contos, um projeto nascido na comunidade escolar, com encontros periódicos de toda a comunidade e finalização em publicações produzidas a partir desses encontros.

Foi Superintendente de Arte e Educação da Secretaria de Estado de Cultura, membro da equipe central de Cultura na implantação dos Cieps de Darcy Ribeiro; professor na Escola de Teatro Martins Pena, Conservatório Brasileiro de Música, Universidade Gama Filho, UERJ e PUC, além de presidente da MultiRio.

 

Pular para o conteúdo