Loucura Suburbana completa 20 carnavais nesta quinta-feira

Publicado em 19/02/2020 - 17:56 | Atualizado em 20/02/2020 - 07:33
Bloco Loucura SuburbanaBloco do Instituto Municipal Nise da Silveira foi o primeiro a unir folia e saúde mental. Foto: Mariana Ramos / Prefeitura do Rio

Pioneiro entre os blocos cariocas que unem folia e saúde mental, o Loucura Suburbana desfila nesta quinta-feira (20) abrindo o carnaval de rua do bairro do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Pacientes e profissionais do Instituto Municipal Nise da Silveira, com o reforço de centenas de moradores do subúrbio carioca, vão brincar em clima de celebração: o bloco completa, em 2020, exatos 20 desfiles.

Usuários da rede municipal de saúde mental se transformam em passistas, ritmistas, compositores e aderecistas em um enredo de inclusão e combate à discriminação. “No começo as pessoas tinham medo, olhavam de longe, mas hoje desfilam moradores, amigos e parentes em meio aos pacientes. Ajudamos, inclusive, a revitalizar o carnaval de rua no bairro, que tem como tradição começar com nosso desfile”, conta Ariadne Mendes, psicóloga do Nise da Silveira, fundadora e coordenadora do bloco.

A bateria ‘A Insandecida’, formada por usuários atendidos na rede municipal e ritmistas parceiros, dita o ritmo do desfile, que começa na rua Ramiro Magalhães, em frente ao Instituto Municipal Nise da Silveira, e vai até a Praça Rio Grande do Norte, onde acontece um baile a céu aberto, com sambas e marchinhas. A concentração é às 16h e o desfile começa às 17h.

O Loucura Suburbana tem um ateliê próprio, dentro do instituto, para confeccionar as fantasias dos foliões-pacientes. Além de um barracão, onde fantasias doadas por componentes de escolas de samba são reaproveitadas, customizadas e oferecidas gratuitamente às pessoas que queiram desfilar. O bloco oferece também maquiagem para quem quiser se enfeitar ainda mais para o cortejo.

O trabalho terapêutico baseado no carnaval acontece ao longo do ano, com os usuários participando de oficinas de confecção de adereços e estandartes, ensaios de bateria e oficinas livres de música, que ajuda compositores na criação e arranjos dos sambas para o bloco. A convivência cultural e social fazem parte de uma prática que defende o acolhimento inclusivo a pacientes com distúrbios mentais, sem encarceramento ou isolamento da sociedade.

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